O Verbo é EnCantar e o Adjetivo é Juliana Sinimbú


Visita Especial: Juliana Sinimbú

"Caramba, eu gosto muito de viver."


Conchita – Maysa disparou: “Se eu nunca pergunto às pessoas se elas são felizes e tranquilas, por que insistem em me fazer sempre essas mesmas perguntas ?". Que não te façam que pergunta ?
Juliana Sinimbu – Primeiro um beijo de “oi” pra começar bem o papo ! E agora respondendo: sinceramente acho que de perto ninguém é normal, é por essas e outras que acho que temos de vestir a camisa também das nossas limitações, pra poder assumi-las e falar com destreza e diplomacia de cada uma. Pode perguntar! =) Se tiver categoria a gente se sai bem até sobre o que a gente não quer falar. E quando é pra chorar, a gente chora no ombro dos queridos! Até pra não deixar constrangimentos.
Conchita - Começamos bem !

"o plano é realmente que até os meus projetos mais loucos e
auto-satisfatórios tenham sucesso".

Conchita – Consideram você um dos novos talento da música paraense, especialmente pelo seu timbre de voz distinto e seu repertório apurado. Quais seus projetos de trabalho que ainda vão dar certo ?
Juliana Sinimbu – Bom, o plano é realmente que até os meus projetos mais loucos e auto-satisfatórios tenham sucesso. Importante mesmo é ter o pé no chão pra lidar com todas as possibilidades de sim e de não. Mas eu espero imensamente que o meu primeiro disco que está em fase de pré-produção, já me abram muitas portas dentro da cena. O resto é trabalho... devagar e sempre ! Com capricho e paciência.

"Floriano e Felipe Cordeiro... Tynnôko Costa...
Renato Torres... Pio Lobato e Ed Guerreiro"

Conchita – Me fala sobre a afinidade com os gêneros musicais que você canta, sobre a parceria com os músicos e compositores que te acompanham; sobre o que te compõe cantora e promissora.
Juliana Sinimbu – Bom, eu tenho o samba entranhado em mim desde a barriga da minha mãe, se bobear. Mas depois que comecei a atuar profissionalmente na música, tive de abrir o leque. Hoje eu gosto de cantar tudo o que me toca, por mais vaga que seja essa afirmação. Já se foi o tempo de ter preconceitos com alguns ritmos. Às vezes a beleza está na simplicidade ou no que o gênero tem de melhor.Basta saber extrair e se livrar de alguns rótulos que teimam em conferir títulos a “boa música”. Quanto às parcerias, fui agraciada com várias. No início de tudo, fui acompanhada pelos violonistas Floriano e Felipe Cordeiro, aos quais eu sempre serei grata. Agora tenho dois trabalhos consolidados, um bem diferente do outro: um com o maestro Tynnôko Costa, que é bem mais clássico e outro com a Banda Clepsidra, onde o lance é mais nervoso e psicodélico. O Renato Torres (compositor e vocalista da banda Clepsidra), eu sempre digo ter sido um presente pra mim, pois é um cara que além de me acrescentar musicalmente, porque manja e trabalha com os estilos mais variados de som, é uma pessoa que acredita na parceria, tanto na música como na vida. Dentre os trabalhos mais alternativos, estou com uma parceria com o Pio Lobato que é um cara musicalmente sensacional, e vira e mexe, canto acompanhada do Ed Guerreiro (guitarrista da Banda Madame Saatan), que é um músico muito talentoso e versátil.
"Sou filha, neta, namorada, amiga e leonina"

Conchita - É comum que os fãs, idealizem seus artistas, achando que suas vidas são tão interessantes quanto seus trabalhos. Como é Juliana Sinimbu, sem idealizações ?
Juliana Sinimbu – Pode ser até mais normal que as próprias pessoas que idealizam (risos). Sou filha, irmã, neta, namorada, amiga, leonina. Tenho minhas ambições, muitas inseguranças, gênio forte, mau humor de manhã, TPM braba, minhas frivolidades , minhas cafonices, meus sonhos (que são muitos), quando invento de ser amiga eu sou mesmo, amo os meus cachorros, gosto de horóscopo, de cinema, de livros, de escutar música o dia inteiro (e às vezes a mesma música), sou mulherzinha, tenho lá a minha consciência, tenho medo de muito escuro, gosto de maquiagem, de arte, de vinho, saquê e caipirinha, amo comer, não gosto de malhar (mesmo que esteja tentando criar uma disciplina), sou apaixonada, tenho ciúmes, não janto, tomo café da noite.Enfim, se fossemos listar as minhas “corriqueirices” a gente passaria o dia inteiro conversando.
"...quando se faz o que se ama, não tem jeito".

Conchita – Outro dia mesmo estava ouvindo você... “...de samba - samba em som de vai vem“. A impressão, seguida de curiosidade foi: consolas tantos ouvidos. O que te anima e consola ?
Juliana Sinimbu – Que bom saber que de alguma maneira o meu trabalho é sensorial.... esse é o plano...yes !!! Bom, muitas coisas me animam. Principalmente o fato de poder viver. Caramba, eu gosto muito de viver !!! De poder estar aqui na terra tendo mais uma chance de poder desfrutar da sorte que Deus me deu de ter uma família linda, amigos, cachorros, enfim e também de melhorar como pessoa, por mais presa que eu fique em algumas besteiras. Minha mãe sempre me ensina que por mais que existam outras chances, é bom a gente pensar que aqui é uma única oportunidade e fazer por nós.... pois o que vem de volta são consequências..... é, eu sou “amamãezada. E quanto a consolo, a música me consola de muitas coisas. O fato de poder trilhar um caminho do jeito que a gente almeja sempre é difícil e desanimador, mas quando se faz o que ama, não tem jeito.

"...mas acredito que a tendência é se desprender dos cds.
Isso dá conversa pra muito tempo".

Conchita - Tens intensidade/frequência de trabalhos e relacionamentos na cena musical paraense. Qual tua avaliação sobre a estrutura de promoção e apoio à cultura artística local ? Juliana Sinimbú - eu acredito que intensidade de trabalhos depende muito também da procura do artista, já que vivemos de promoção pessoal. Quanto a estrutura de promoção, nunca é fácil, mas é importante que se pense que assim também acontece numa carreira executiva, na qual você tem de subir degraus dentro de uma empresa...devagar e sempre. São poucos os que têm grandes facilidades. Entretanto, existem algumas empresas que são grandes incentivadoras da cultura fonográfica paraense. Quanto a estrutura de promoção do trabalho, atualmente a cena independente está dominando, é fato, e dentro dessa cena, existem fatores bons e ruins pra se avaliar, mas acredito que a tendência é se desprender dos cds. Isso da conversa pra muito tempo (risos). Porque se formos parar pra pensar... asfáricas de vinil voltaram..."será que isso é coisa de geração ?" (como outro dia me perguntou o amigo Felipe Cordeiro).

Conchita – como está tua agenda de labuta ? Onde podemos sentar, encontra os amigos, beber e te ouvir ?
Juliana Sinimbu – Sim, vamos lá! : todas as terças-feiras no bar Veneza , a partir de 21h - Chopps a R$ 0,99; quintas – feiras no Boteco São Matheus, a partir das 21h, com Renato Torres e Arthur Kunz. Às sextas no Teatro-Bar Vitrola com o Maestro Tynnoko Costa. E sempre que quiserem saber de mais coisas, entrem na minha comunidade do Orkut , que sempre tem agenda nova. "Mana , rola avisar que dia 04 de junho vou fazer um show na Pça. da Trindade, às 20h, com entrada franca.



Para mais de Juliana Sinimbú, linkem:
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(Myspace)
(Fotolog)


Conchita* - Edit Piaf disse: "Eu tinha uma necessidade desesperada, quase mórbida, de ser amada, ainda mais porque eu sentia que era feia, ruim, não tão amável". E parafraseando: Juliana Sinimbú* cantou: "Meu coração não se cansa de ter esperança de um dia ser tudo que quer ..." (Caetano Veloso).
*(entrevista via e-mail)