O "Verbo" é profissional e o Adjetivo é J. Bosco

Visita Especial: J. Bosco*

“Claro que o Brasil é um país sério”.

ConchitaCafé - Há uma critica sobre as charges de hoje, serem, em sua maioria, meramente ilustrativas dos fatos do dia (tendendo ao politicamente correto), havendo poucos jornais apresentando charges de opinião, que garantam ao leitor a oportunidade de realizar uma quarta leitura de uma realidade, além da manchete, da notícia, do editorial. Sobre este aspecto, qual a crítica que vc faz sobre seu próprio trabalho como cartunista, apresentado ao público de um dos jornais de maior circulação na região ?
JBosco - As charges sempre marcaram presença nos grandes jornais, pelo fato da sua força como formadora de opinião. Na verdade o que está acontecendo com alguns chargistas é a correria pelo imediatismo, sair na frente, dar furo. Isso é bobagem; acabam esquecendo a quarta leitura. Eu posso dizer que o único chargista que te deixa com várias opiniões é o chargista Angeli da Folha de São Paulo. Ele produz um trabalho que não se perde no tempo, trabalha com o comportamento dos personagens, não costuma retratar políticos, fazer piadinhas. Acho isso mais seguro. Na época da ditadura o conteúdo era mais vibrante, além do risco, talvez o quadro repetitivo de corrupção que nós vivemos hoje, não ajude em nada (risos).

“Um bom chargista deixa sempre uma pitada de dúvida no ar”.

ConchitaCafe - Sabemos que a charge pode ser, e é utilizada pela mídia capitalista, para influenciar a leitura dos governos. Para o profissional, cabe o desafio de ter ou não sua opinião. No caso da charge política, de que maneira realizar um trabalho que além de bom, esteja do lado certo ?
JBosco - Toda empresa jornalística não consegue sobreviver sem algum governo, seja de esquerda ou direita. Por isso, acaba se tornando capitalista, vive dos grandes anunciantes que ás vezes tem alguma ligação com governos. Assim como o editor que mantém a linha do jornal em sintonia com os donos, o chargista não difere de nada. Não podemos fazer colocar a carroça na frente dos bois (risos). O que ocorre é a saída inteligente do chargista. Nessa hora você tem que pensar duas vezes, saber comer pelas beiradas. Fazer um trabalho que nas entrelinhas sua mensagem caiba certinho na opinião do leitor, sem agredir A ou B, não usar sua raiva fundamentalista para mudar a situação. Em outras palavras: quem manda no jornal é o dono, somos apenas empregados. A charge política só precisa de uma boa construção, sem agressão verbal. Um bom chargista deixa sempre uma pitada de dúvida no ar. Quando ela gera uma discussão significa que foi bem construída.

“Fazemos uma bela reciclagem da podridão para sobreviver nesse país fedorento”.

ConchitaCafe - O Brasíl é um pais bem humorado ? Brasil não é um país sério, conforme afirmou Do Gaule ?
JBosco - Hahahahaha...Claro que o Brasil é um país sério. De Guale apenas não entendeu o espírito da coisa. Vivemos num mundo de fantasia, de lerdeza total, das maravilhas políticas, dos reajustes dos aposentados, da educação sem educação, das tendências musicais que vão do nada a lugar nenhum, dos poderosos do crime organizadíssimo, da alienação da cultura de massa, dos jogadores que falam muito bem o português. Queremos forum privilegiado para o pobre povo brasileiro, que vem sendo perseguido por políticos corruptos e que usam a máquina para atropelar o zé povinho. Isso é engraçado pros chargistas, que vivem desse lixão, revolvendo como carapirá. Fazemos uma bela reciclagem da podridão para sobreviver nesse país fedorento.

“Meu dia a dia é a busca, por isso acho que falta muito coisa”.

ConchitaCafe - Nos falar um pouco sobre como isto tudo começou e o que ainda falta você realizar ?
JBosco- Aos 8 anos de idade já rabiscava os livros, os cadernos, na escola gostava de desenhar os professores feios,não me arriscava desenhar as professoras. Esse dom veio do talento do meu avô, professor catedrático em desenho no Paes de Carvalho, Sr.Carlos Custódio de Azevedo. Artista plástico renomado aqui e na França. Minha influência no desenho de humor, veio da Hanna-Barbera, seus personagens me encantam até hoje. Gosto muito de cinema, Tim Burton é uma grande referência. Tenho 48 anos de idade, 27 de carreira desenhado dia e noite. Já construi um patrimônio que muita gente não leva á sério: FAMÍLIA. Meu dia a dia é a busca, por isso, acho que falta muito coisa. Quando estiver velho gagá, sem poder tomar um vinho, levantar os braços e gritar no papel, aí estarei realizado, com um nome na lápide. Enquanto não chegar esse dia, vou dando entrevistas (risos).
"Tudo isso teve um custo muito alto: a disciplina do conhecimento...”.

ConchitaCafe - Além das charges, de qual outra maneira o humor esta presente na sua vida ?
JBosco - Vivo muito bem de humor financeiramente, graças as minhas neuroses, hipertensão arterial, gastrite, minha lassidão causada pelo volume de glicose alta no sangue por causa do sedentarismo, minhas dores lombais da prancheta; minha nova amiga, a LER, chegou junto com a miopia e astigmatismo. Não sei contar piada, sou um cara sem graça e ridículo quando esboço uma piada, meus amigos me acham podre nessa hora. Levo o humor a sério desde pequeno, quando não quis cursar uma faculdade e resolvi entrar no jornal pra ser alguém na vida. Tudo isso teve um custo muito alto: A disciplina do conhecimento, coisa que está em extinção.

*João Bosco Jacó de Azevedo, natural de Belém do Pará, é jornalista, cartunista,chargista do jornal O Liberal, caricaturista, ilustrador. Colaborou com O Pasquim, Veja, Você S/A, Bundas, Diário do Nordeste, Correio Braziliense, Tribuna do Ceará, A Província do Pará, Jornal PQP. Cartunista têm vários prêmios nacionais e internacionais, participa de salões de humor no Brasil e no exterior, entre eles os da Bélgica, Itália, Japão, Turquia, Iugoslávia, Rússia e Irã. J.Bosco tem dois livros publicados, um de charges sobre o governo Itamar - "A insuportável lerdeza do ser" - outro de cartuns de humor negro "Qual é a graça".

Vamos ver ?














Trabalho e diversão podem ser conferidos, mais, aqui:

http://jboscocartuns.blogspot.com/
http://jboscocaricaturas.blogspot.com
www: chargeonline.com.br
www: worldcartoonists.blogspot.com

J.J Jackson in live - Baiacool Jazz

Baiacool Jazz Club foi palco, nos últimos dias 05 e 06, para uma noite charmosa e vibrante em Belém. Com o vozerão de JJ Jackson e toda a musicalidade de Robenare Marques (piano), Magrus Borges (bateria), Marcos Puff (saxofone) e Minni Paulo (Baixo), todos sentamos na cadeira de blues. Registrado por Conchita Café e nas lentes de Rodolfo Braga.

Confiram:
" O blues é bonito por que é simples e real.
Nem pervertido, nem refletido.
Não é um conceito, é como uma cadeira.
Não o desenho de uma cadeira, mas a primeira cadeira.
A cadeira é feita para sentar, não para olhar e apreciar.
E a gente senta naquela cadeira de blues..."
(John Lennon)

"Nascido no Arkansas - EUA, aos 30 anos de carreira, grande parte dela vivida no Brasil, J.J.Jackson é um dos grandes intérpretes da música americana. Canta com a alma e um sorriso no rosto. Quando sobe no palco, incendeia a platéia com sua voz e carisma. J.J.Jackson é um negro magro, alto e iluminado. Com visual elegante a la Ray Charles, porta-se com um estilo muito marcante: dá a mão para alguns presentes, faz pose, piada, brinca com os músicos e provoca a platéia.

Desde os 15 anos, Jackson vive da música; na sua longa estrada dividiu palco com grandes artistas consagrados como BB King e Lightinin Hopkin. Seu primeiro grupo chamava-se Rocking Teens, tinha entre seus integrantes Jimi Hendrix. Participou como compositor e intérprete de diversas trilhas de novelas, como "Bebê a Bordo", "Vamp", "Salvador da Pátria", "Rainha da Sucata", e outras, além de jingles para grandes marcas do mercado nacional.

O seu trabalho no Brasil rendeu-lhe no dia 31 de março de 2001, o título de "Personalidade Brasileira 500 Anos" pelo Conselho de Honrarias e Méritos do Brasil, em cerimônia realizada no Teatro Municipal de São Paulo, ao lado de grandes nomes da cultura nacional. O seu último CD, "Jackson and Special Friends", é uma homenagem a todas pessoas importantes de sua vida. Neste CD, participação especial para a faixa "You Are So Beatiful", com a honrosa participação de Nuno Mindelis.

Das gravadas em estúdio vale ressaltar o gospel chamado "Take me Home", um coral de 24 vozes a capela. Entre as cancões que apresenta em seus shows está "Back in São Paulo", composição própria, dedicada a cidade que mora no seu coração. Ao lado de "Hey Blues", também autoria de Jackson, são as interpretações que mais esquetam a platéia. "Liitle Wing", música do ex-parceiro Jimi Hendrix, surpreende e encanta os fãs. Os Roling Stones também ganharam versão acústica em "Simpathy For The Devil".

Em 2002, o artista manteve-se afastado dos palcos, preparando, um trabalho distinto de tudo que já havia realizado, “Momento Acústico” , surgiu marcou uma fase em que decidido a "fugir do elétrico - eletrônico" e estimulado por amigos a tirar da gaveta suas próprias composições, Jackson e o maestro Saulo Cruz, desenvolveram um projeto com participação de um quinteto de cordas: viola, contrabaixo acústico, violoncelo e dois violinos, além de violão, piano e percussão".
Queira saber mais em: http://www.jj.jackson.nom.br/
Fotos: Rodolfo Braga (otaoda@yahoo.com.br)

O Verbo é EnCantar e o Adjetivo é Juliana Sinimbú


Visita Especial: Juliana Sinimbú

"Caramba, eu gosto muito de viver."


Conchita – Maysa disparou: “Se eu nunca pergunto às pessoas se elas são felizes e tranquilas, por que insistem em me fazer sempre essas mesmas perguntas ?". Que não te façam que pergunta ?
Juliana Sinimbu – Primeiro um beijo de “oi” pra começar bem o papo ! E agora respondendo: sinceramente acho que de perto ninguém é normal, é por essas e outras que acho que temos de vestir a camisa também das nossas limitações, pra poder assumi-las e falar com destreza e diplomacia de cada uma. Pode perguntar! =) Se tiver categoria a gente se sai bem até sobre o que a gente não quer falar. E quando é pra chorar, a gente chora no ombro dos queridos! Até pra não deixar constrangimentos.
Conchita - Começamos bem !

"o plano é realmente que até os meus projetos mais loucos e
auto-satisfatórios tenham sucesso".

Conchita – Consideram você um dos novos talento da música paraense, especialmente pelo seu timbre de voz distinto e seu repertório apurado. Quais seus projetos de trabalho que ainda vão dar certo ?
Juliana Sinimbu – Bom, o plano é realmente que até os meus projetos mais loucos e auto-satisfatórios tenham sucesso. Importante mesmo é ter o pé no chão pra lidar com todas as possibilidades de sim e de não. Mas eu espero imensamente que o meu primeiro disco que está em fase de pré-produção, já me abram muitas portas dentro da cena. O resto é trabalho... devagar e sempre ! Com capricho e paciência.

"Floriano e Felipe Cordeiro... Tynnôko Costa...
Renato Torres... Pio Lobato e Ed Guerreiro"

Conchita – Me fala sobre a afinidade com os gêneros musicais que você canta, sobre a parceria com os músicos e compositores que te acompanham; sobre o que te compõe cantora e promissora.
Juliana Sinimbu – Bom, eu tenho o samba entranhado em mim desde a barriga da minha mãe, se bobear. Mas depois que comecei a atuar profissionalmente na música, tive de abrir o leque. Hoje eu gosto de cantar tudo o que me toca, por mais vaga que seja essa afirmação. Já se foi o tempo de ter preconceitos com alguns ritmos. Às vezes a beleza está na simplicidade ou no que o gênero tem de melhor.Basta saber extrair e se livrar de alguns rótulos que teimam em conferir títulos a “boa música”. Quanto às parcerias, fui agraciada com várias. No início de tudo, fui acompanhada pelos violonistas Floriano e Felipe Cordeiro, aos quais eu sempre serei grata. Agora tenho dois trabalhos consolidados, um bem diferente do outro: um com o maestro Tynnôko Costa, que é bem mais clássico e outro com a Banda Clepsidra, onde o lance é mais nervoso e psicodélico. O Renato Torres (compositor e vocalista da banda Clepsidra), eu sempre digo ter sido um presente pra mim, pois é um cara que além de me acrescentar musicalmente, porque manja e trabalha com os estilos mais variados de som, é uma pessoa que acredita na parceria, tanto na música como na vida. Dentre os trabalhos mais alternativos, estou com uma parceria com o Pio Lobato que é um cara musicalmente sensacional, e vira e mexe, canto acompanhada do Ed Guerreiro (guitarrista da Banda Madame Saatan), que é um músico muito talentoso e versátil.
"Sou filha, neta, namorada, amiga e leonina"

Conchita - É comum que os fãs, idealizem seus artistas, achando que suas vidas são tão interessantes quanto seus trabalhos. Como é Juliana Sinimbu, sem idealizações ?
Juliana Sinimbu – Pode ser até mais normal que as próprias pessoas que idealizam (risos). Sou filha, irmã, neta, namorada, amiga, leonina. Tenho minhas ambições, muitas inseguranças, gênio forte, mau humor de manhã, TPM braba, minhas frivolidades , minhas cafonices, meus sonhos (que são muitos), quando invento de ser amiga eu sou mesmo, amo os meus cachorros, gosto de horóscopo, de cinema, de livros, de escutar música o dia inteiro (e às vezes a mesma música), sou mulherzinha, tenho lá a minha consciência, tenho medo de muito escuro, gosto de maquiagem, de arte, de vinho, saquê e caipirinha, amo comer, não gosto de malhar (mesmo que esteja tentando criar uma disciplina), sou apaixonada, tenho ciúmes, não janto, tomo café da noite.Enfim, se fossemos listar as minhas “corriqueirices” a gente passaria o dia inteiro conversando.
"...quando se faz o que se ama, não tem jeito".

Conchita – Outro dia mesmo estava ouvindo você... “...de samba - samba em som de vai vem“. A impressão, seguida de curiosidade foi: consolas tantos ouvidos. O que te anima e consola ?
Juliana Sinimbu – Que bom saber que de alguma maneira o meu trabalho é sensorial.... esse é o plano...yes !!! Bom, muitas coisas me animam. Principalmente o fato de poder viver. Caramba, eu gosto muito de viver !!! De poder estar aqui na terra tendo mais uma chance de poder desfrutar da sorte que Deus me deu de ter uma família linda, amigos, cachorros, enfim e também de melhorar como pessoa, por mais presa que eu fique em algumas besteiras. Minha mãe sempre me ensina que por mais que existam outras chances, é bom a gente pensar que aqui é uma única oportunidade e fazer por nós.... pois o que vem de volta são consequências..... é, eu sou “amamãezada. E quanto a consolo, a música me consola de muitas coisas. O fato de poder trilhar um caminho do jeito que a gente almeja sempre é difícil e desanimador, mas quando se faz o que ama, não tem jeito.

"...mas acredito que a tendência é se desprender dos cds.
Isso dá conversa pra muito tempo".

Conchita - Tens intensidade/frequência de trabalhos e relacionamentos na cena musical paraense. Qual tua avaliação sobre a estrutura de promoção e apoio à cultura artística local ? Juliana Sinimbú - eu acredito que intensidade de trabalhos depende muito também da procura do artista, já que vivemos de promoção pessoal. Quanto a estrutura de promoção, nunca é fácil, mas é importante que se pense que assim também acontece numa carreira executiva, na qual você tem de subir degraus dentro de uma empresa...devagar e sempre. São poucos os que têm grandes facilidades. Entretanto, existem algumas empresas que são grandes incentivadoras da cultura fonográfica paraense. Quanto a estrutura de promoção do trabalho, atualmente a cena independente está dominando, é fato, e dentro dessa cena, existem fatores bons e ruins pra se avaliar, mas acredito que a tendência é se desprender dos cds. Isso da conversa pra muito tempo (risos). Porque se formos parar pra pensar... asfáricas de vinil voltaram..."será que isso é coisa de geração ?" (como outro dia me perguntou o amigo Felipe Cordeiro).

Conchita – como está tua agenda de labuta ? Onde podemos sentar, encontra os amigos, beber e te ouvir ?
Juliana Sinimbu – Sim, vamos lá! : todas as terças-feiras no bar Veneza , a partir de 21h - Chopps a R$ 0,99; quintas – feiras no Boteco São Matheus, a partir das 21h, com Renato Torres e Arthur Kunz. Às sextas no Teatro-Bar Vitrola com o Maestro Tynnoko Costa. E sempre que quiserem saber de mais coisas, entrem na minha comunidade do Orkut , que sempre tem agenda nova. "Mana , rola avisar que dia 04 de junho vou fazer um show na Pça. da Trindade, às 20h, com entrada franca.



Para mais de Juliana Sinimbú, linkem:
Juliana Sinimbú (Orkut, Twitter, Facebook)
(Myspace)
(Fotolog)


Conchita* - Edit Piaf disse: "Eu tinha uma necessidade desesperada, quase mórbida, de ser amada, ainda mais porque eu sentia que era feia, ruim, não tão amável". E parafraseando: Juliana Sinimbú* cantou: "Meu coração não se cansa de ter esperança de um dia ser tudo que quer ..." (Caetano Veloso).
*(entrevista via e-mail)

O Verbo é Mundiar e o Adjetivo é Marcos Sacchi


Visita Especial : Marcos Sacchi

"Isto tudo é correr atrás dos sonhos"



Conchita - Sacchi é de onde?
Marcos Sacchi - italiano, de Jundiaí, no Pará via New York.
Conchita - World Music ?
Marcos Sacchi - esta é minha grande paixão há muitos anos.
Conchita - e antes disso ?
Marcos Sacchi - nasci atrás de balcão de loja de disco, conheço o rock desde o inicio, trabalhei em gravadoras, fui fotógrafo de shows e viagens para uma revista da editora abril. Viajei, viajei, viajei e pra ter fon fon trabalhei, trabalhei. Vi quase todos os meus ídolos, não ví Elvis, nem os Beatles, nem o Led Zep, o resto pode perguntar que eu vi...
Conchita - isso tudo foi (é) sorte ou bônus pelos esforços ?
Marcos Sacchi - isto tudo é correr atrás dos sonhos...
Conchita - idealista e prático...
Marcos Sacchi - sim, o importante não é vencer o BBB, mas estar lá.

"uma mulher será sempre melhor
que qualquer das alternativas acima"

Conchita - além de essencialmente jovem, você é mais o que ?
Marcos Sacchi - pai, além de produtor musical, DJ e articulador. Trabalho na Gerência de Assuntos Internacionais da Paratur, signo de peixes, louco por sushi e misto quente. Estou louco de vontade de ter um cachorro, mas a perda do meu há alguns anos foi traumatizante e, vivendo só fica mais difícil.
Conchita - vamos aos pedaços: teu pirralho tem que idade?
Marcos Sacchi - 15 pra 16 anos
Conchita - antes de morrer: sushi ou misto quente ?
Marcos Sacchi - bem, pela ordem...um sushi pra ainda ter tempo de saboreá-lo e um misto pra não morrer de barriga vazia, mas tem que ser o misto!
Conchita - e alguma coisa também para aquecer o sangue ?
Marcos Sacchi - uma Cerpinha bem gelada com o sushi, e um bom vinho com o misto que deverá ser de prosciutto crudo.
Conchita -uuufa ! uma resposta não previsível. Por pouco não dissestes "una mujer" ?.
Marcos Sacchi - bem, uma mulher sempre será melhor que qualquer das alternativas acima.

"Na verdade, o mp3, apesar de ser muito prático
é a grande causa da crise em que se encontram as gravadoras hoje.
Mas por culpa da própria indústria (...) "

Conchita - o que mais te interessa nestas viagens ?
Marcos Sacchi - é interesante porque você vai para as cidades e se sobra um tempinho, normalmente no último dia, dá pra fazer um turismo básico e rápido. Entrar numa loja de disco e comprar umas novidades, coisas assim.
Conchita - seria até mesmo frustrante nao fossem as chances de comprar ao menos estes discos. Compras os vinis ?
Marcos Sacchi - normalmente compro cds, embora ultimamente ando meio apaixonado pelas bolachas. Tenho um acervo grande em vinil, mas um muito maior em cds. Recebo muiiiiita coisa das gravadoras e, agora com a digitalização, recebo diariamente links das próprias gravadoras para eu baixar seus lançamentos. Mas ainda prefiro ter alguma coisa palpável.
O mp3 pode se corromper, seu HD pode pifar e o CDR que você fez pra tocar na festa, muitas vezes não é compatível com os CDJS que alugaram pra você tocar. Na verdade, o mp3, apesar de ser muito prático é a grande causa da crise em que se encontram as gravadoras hoje. Mas por culpa da própria indústria que ignorou o mp3 e os sistemas de trocas de arquivos. Se preocuparam mais em processar quem usava estas ferramentas do que adequá-las em beneficio da indústria. Acho que não teve uma festa em que o tocador de cd não reconheceu o disco que gravei, ou parou na metade. Toquei numa festa chamada Criolina em Brasília e na Farra na Casa Alheia em Fortaleza com os mesmos discos, mas com material altamente de boa qualidade e naõ tive problemas.

"..a minha coleção de discos piratas
é do Bob Marley"

Conchita - curiosidade em saber se você é adepto da pirataria...
Marcos Sacchi - tenho uma coleção de cds "PIRATAS" dos Beatles, Rolling Stones, U2, e alguns outros, mas são discos que não existem oficialmente, como material alternativo, shows ao vivo e coisas assim. Pirataria cara, pois cada cd destes custam nos Estados Unidos pelo menos o dobro do preço do CD comum. Agora, compro cds de brega para mandar pra amigos jornalistas de várias partes do mundo que querem conhecer o brega. DVD pirata já comprei, dois ou três e nunca funcionaram. Não baixo dvds pela internet por preguiça. Ah, a minha maio coleção de discos piratas é a do Bob Marley.

"...serão festas dedicadas a pessoas
que não curtem o som da Jovem Pan ou Brega,
pois não toco estes estilos".

Conchita - onde a gente te encontra DJ ?
Marcos Sacchi - aqui em Belém, toco de vez em quando nas festa da Se Rasgum, Casarão e Blacksfera. Em julho vou tocar em Salinas o mês todo (Férias) num local na praia do Farol. Só que serão festas dedicadas à pessoas que não curtem o som da Jovem Pan ou Brega, pois não toco estes estilos.
Conchita - Não serias o Dj Marcos Sacchi..
Marcos Sacchi* - eita! ja pensastes? MUN BUM-BUM- BUM diando!
Conchita* - e seriam outros os ouvintes do Mundiando.
(*entrevista via msn)

ConchitaCafé recomenda:

Música do Mundo
Mundiando você ouve em http://www.worldmixradio.org/
Sexta a partir das 20h, rolando até domingo às 20h da noite.
Dj Marcos Sacchi